julho 12, 2010

Festas en Marim

Desde a associaçom cultural Almuinha desejamos comunicar o nosso parecer sobre a orientaçom do programa de festas 2010 que estám a ponto de começar. Embora valoremos a presença de várias formaçons musicais e artísticas galegas nos tememos que umha parte importante do orçamento adicado às festas irá para os petos de artistas como Bustamante ou OBK, cuja profissionalidade nom pretendemos valorar mas que nom aportam nada novo a um panorama musical imposto polos meios de comunicaçom principais controlados por grandes grupos empresariais, que optam por apoiar toda produçom seudocultural cuja mensagem artística nunca entra em contradiçom com os valores que aqueles grupos de poder defendem. Botamos de menos em umhas festas programadas por nacionalistas galegos de esquerda mais sensibilidade ao respeito. Nesta linha desejariamos que a componhente galega das festas fosse a principal porquanto, na realidade é a que pode concitar maior unidade entre a vizinhanza de Marim e comarca e os visitantes que se venhem a esta terra é para conhecer à sua cultura, música, língua e costumes pois para ver a Bustamente podem faze-lo através das rádio-fórmulas empresariais, das numerosas canles de TV espanholas ou mesmo ficando nas suas cidades de origem. Os paises mais desenvolvidos do mundo nom esquecem a sua cultura. Por que o respeito à cultura própria nunca é óbice para abraçar o progresso, muito ao contrário, assenta as bases para o auto-conhecimento e respeito do próprio. E sem respeito ao próprio nunca poderemos ser valorados polo resto do mundo. Com isto nom pretendemos dizer que todas as actuaçons e actividades sejam exclusivamente galegas, mas tampouco que as principais actuaçons sejam foráneas. A este respeito umha das nossas propostas para o programa das festas seria a participaçom de algum artista de Portugal ou do mundo lusófono, tendo em conta as cousas que compartimos e as oportunidades que nos oferece aos/às galeg@s, e como jeito de fomentar as relaçons sociais e culturais com o mundo lusófono, considerando amais a grande qualidade artística de muitos dos seus artistas. Outra característica que observamos negativamente é a falta de separaçom das festas dos actos religiosos católicos que um ano mais abondam no programa. Cremos que as intituiçons públicas devem defender a laicidade e neutralidade religiosa nos actos públicos,com independência que as confesons religiosas, possam programar de seu quantos actos decidam em coincidência com as festas do verám. Consideramos que estas festas respostam a um modelo de festa que reserva ao cidadám um papel de observador de "espectáculos" e promove e fomenta umha nula participaçom cidadá nas festas. Assi, botamos em falta actividades participativas onde @s marinenses nos sintamos partícipes das festas, como suxeitos activos, e nom reduzir o papel da cidadania a suxeitos pasivos consumidores de "espectáculos", como por exemplo poderiam ser actividades como as relacionadas com os desportos e jogos tradicionais galegos como a bilharda, trainhas, a chave..., jogos para meninh@s, ou outros jogos mais internacionais como o futsal, o basket... Também respostaria a esta intençom de fomentar a participaçom cidadá nas festas a realizaçom de um serám ou foliada onde qualquer pessoa ou grupo poderia participar livremente. Por outra banda, vemos que no programa das festas nom hai actividades para @s meninh@s nim para a mocidade. Consideramos que as festas devem ser para tod@s, oferecendo actividades e propostas que impliquem e fagam partícipes das mesmas a todos os grupos de idade. Afinal, notamos o recurte no que a actos e dias de festas diz respeito. Apesar de atravesar umha época de crise económica importante e fortes limitaçons no gasto público poderiamos recurta-lo de jeito considerável em só dous actos (Bustamante e OBK) e com esse montante programar mais umha semana de actividades em chave galega, participativa, tradicional e a fim de contas que nos fagam sentir membros de um povo galego, de marinheiros, industriais, trabalhadores, estudantes, com muitas tradiçons a recuperar e conservar e com défice de auto-conhecimento e de valoraçom do próprio. Eis umha crise secular a superarmos para enfrontar um futuro com maior dignidade.

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