A A.C. Almuinha vem de apresentar no registro da Igreja em Compostela, um escrito dirigido ao Arcebispo de Sant-Iago de Compostela, Monsenhor Julián Barrio Barrio, no que denunciamos a existência de umhas pracas nas que se fai apología do fascismo no exterior da conhecida como "Igreja Velha" da nossa vila, e solicitamos a sua inmediata retirada.
Reproduzimos o escrito: A Associaçom Cultural Almuinha
EXPOM
Inspirándo-se no espirito da Lei 52/2007 de decembro, mais conhecida como Lei da Memória Histórica quer expor ante a autoridade eclesial a permanência no município de Marim de simbología franquista (en concreto umhas placas conmemorativas da guerra civil) em um templo do centro da nossa vila, o chamado Templo Velho na rua Echegarai.
Consideramos, fazéndo-nos eco do amplo consenso social e do carácter de justiça histórico que impregna dita Lei, que em respeito às pessoas que sufriram as conseqüências da guerra civil e do régime ditatorial que a sucedeu, devemos juntar todos os nossos esforços em prol do conhecimento histórico para estabelecer o reconhecimento das vítimas e represaliados na nossa terra.
O movimento que provocou dita situaçom utilizou a violência com a finalidade de impor as suas conviçons políticas subvertindo a orde legal pre-existente e estabeleceu um régime totalitário contrário a liberdade e dignidade das pessoas e dos povos.
Muitos cidadaos de Marim e muitos galegos padeceram injustiças que supugeram desde a privaçom da liberdade e desarraigamento do seu entorno familiar, social e cultural, a deportaçom, a confiscaçom dos seus bens, trabalhos forçosos ou o confinamento em campos de concentraçom dentro ou fora da Galiza, o exílio e até mesmo a perda da própria vida.
Miles de condenas e sançons injustas foram executadas para cumprir os objectivos de eliminaçom da cidadania que nom acreditava na legitimidade democrática do régime totalitário, cujo poder emanava únicamente da vitória em umha cruenta guerra contra os valores democráticos e contra as pessoas que trabalhavam para que esses valores prevaleceram ante a barbárie da violência dos sublevados.
A lei da memória histórica declara a ilegitimidade dos tribunais, jurados ou dos órgaos administrativos criados e de todas as condenas e sançons de carácter pessoal contra a populaçom civil impostas por motivos políticos e ideológicos por atentarem contra os direitos fundamentais.
Ademais estabelece umha série de medidas tendentes à eliminaçom dos símbolos e monumentos conmemorativos da Guerra Civil ou da ditadura para evitar toda apologia e exaltaçom da sublevaçom militar e da posterior guerra que provocou um milhom de falecidos em todo o estado.
A ausência de legitimidade democrática do régime franquista impulsionou a percura de legimitades alternativas baseadas nos referentes icónicos desenvoltos mediante as técnicas de propaganda e a apropriaçom simbólica de lugares públicos e emblemáticos.
Para reparar a honra das vítimas e evitar que se volvam producir situaçons de intolerância e de violaçom dos direitos humanos é que se insta as distintas instituiçons correspondentes a retirarem os escudos, insígnia, placas, monumentos e outros objectos ou mençons conmemorativas de exaltaçom, pessoal ou colectiva da sublevaçom militar, da Guerra Civil e da repressom da ditadura, de edifícios e espaços públicos.
Por tudo isto e considerando ademais, que entre os valores contra os que atentou o régime de Francisco Franco ácham-se os principais fundamentos sobre os que se constroi o corpus ético e moral da Igreja Católica, e tambêm, que muitos religiosos galegos foram perseguidos e mesmo assassinados polos sublevados,
SOLICITAMOS de vostede que tenha a bem realizar todas as gestons necessárias que estejam na sua mao para efectivizar quanto antes o cumprimento da Lei da Memória Histórica no que respeita à retirada da simbología franquista do Templo Velho de Marim.
Na confiança em que será atendida a nossa solicitude agradecemos a atençom emprestada e fazemos-lhe chegar atentamente os nossos cumprimentos.
Em Marim, a 19 de Dezembro de 2008
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